Grupo Carrefour Brasil lança política para pequenos produtores
facilitando o embarque de novos fornecedores com esse perfil
O Grupo Carrefour Brasil acaba de lançar sua Política de Pequenos Produtores, com objetivo de simplificar processos para atuais e novos produtores que se enquadram nessa categoria e que desejam trabalhar com o Grupo, garantindo um comércio justo, modalidades contratuais facilitadas, com isenção de taxas e prazos diferenciados.
Essa política é fruto do amadurecimento da plataforma de embarque de pequenos produtores, que vem sendo desenvolvida pelo Grupo, desde 2020, por meio de um trabalho de aproximação junto a cooperativas de produtores locais, regionais de pequeno porte e comunidades indígenas e quilombolas.
Do ponto de vista social, tal iniciativa tem como propósito a maior profissionalização desse público, apoio comercial e aumento de sua participação no mercado. Por meio de negociações diretas, sem intermediários, também possibilitam maior lucro a eles, incrementando sua renda e possibilitando melhor qualidade de vida. Adicionalmente, a capacitação desses produtores é para fornecimento ao mercado como um todo, sem exclusividade, fortalecendo a atuação deles e tornando a cadeia varejista mais responsável e engajada.
“Os agricultores são grandes parceiros de negócios da companhia, principalmente no contexto do Act For Food, em que queremos democratizar o acesso a alimentos frescos e saudáveis”, afirma Lucio Vicente, diretor de Assuntos Corporativos e Sustentabilidade do Grupo Carrefour Brasil. “Atuamos para incluir produtores familiares em nossa cadeia de fornecimento, ampliando as oportunidades para a inclusão desse público, beneficiando a sociedade como um todo”, avalia o executivo, responsável por liderar a temática na companhia.
Projetos com pequenos produtores
Outro ponto que merece destaque é que o Carrefour é a rede varejista pioneira no fomento de práticas mais sustentáveis de produção em parceria com produtores locais. Atualmente, o Grupo possui 241 produtores identificados, que passam a contar com maior profissionalização, garantindo mais acesso ao mercado e, por consequência, maiores lucros.
Exemplo de iniciativa junto a pequenos produtores é o Programa de Produção Sustentável de Bezerros, por meio do qual o Grupo Carrefour Brasil, em parceria com a IDH – Iniciativa para o Comércio Sustentável iniciaram a venda de carne 100% livre de desmatamento, rastreada do nascimento do bezerro até a prateleira do supermercado. O resultado é fruto de uma parceria iniciada em 2018, cujos investimentos somam mais de 3,5 milhões de euros aplicados em Mato Grosso, no Programa de Produção Sustentável de Bezerros.
O objetivo do projeto é a inclusão socioeconômica de 450 pequenos produtores, fornecendo assistência técnica, financeira e ambiental. Este programa está atrelado a uma estratégia de desenvolvimento territorial, chamada Produzir, Conservar e Incluir (PCI) do Governo do Estado de Mato Grosso, e à sua implementação regional, através do Pactos PCI do Vale do Juruena. O Pacto PCI prevê metas acordadas com os usuários do território, dentro de uma estratégia estadual de longo prazo que busca a descarbonização da economia e a inclusão social dos produtores rurais dessa região.
Outros projetos de encadeamento produtivo financiados pela Fundação Carrefour, baseados na conservação ambiental atrelada a benefícios produtivos e sociais são desenvolvidos no Cerrado, beneficiando, aproximadamente, 100 produtores em Goiás no agroextrativismo familiar, e no Cinturão Verde de São Paulo, apoiando 100 produtores na transição da produção convencional para a orgânica/agroecológica.
Vale também destacar que, diante do cenário socioeconômico provocado pela pandemia, e por meio da Fast Cash, unidade de negócios que atua com serviços financeiros exclusivos para seus fornecedores, o Grupo Carrefour Brasil está colaborando com a continuidade da produção de pequenos agricultores rurais, oferecendo antecipação de recebíveis com taxas especiais, em um momento em que os bancos estão com o crédito restrito.
Direitos humanos nas cadeias de produção – Governança Social
Além de trabalhar para incluir social e economicamente os pequenos produtores, como o maior varejista alimentar do país, é papel do Grupo Carrefour Brasil, assegurar o cumprimento de todas as conformidades de direitos humanos em suas operações e em sua cadeia produtiva, combatendo a informalidade e estimulando oportunidades justas de trabalho e renda.
O Grupo mantém estrito alinhamento aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Organização das Nações Unidas (ONU) e às principais diretrizes internacionais sobre trabalho decente. Para tornar isso possível, um dos pontos de atenção do grupo é assegurar os direitos humanos na cadeia produtiva. Para isso, a empresa possui um Código de Conduta Ética e um Código de Conduta para Fornecedores e Parceiros, nos quais constam todas as questões relativas ao trabalho ético e boas práticas, de forma a coletar informações acerca da idoneidade de seus parceiros comerciais, com cláusulas específicas que os obrigam a se comprometer rigorosamente com todas as normas da legislação trabalhista vigente. O Acordo Nacional de Compra e Fornecimento (ANCF) também contém cláusulas claras sobre direitos humanos e foi atualizado recentemente, reforçando ainda mais o tema e sua abrangência para além do fornecedor direto.
Tanto a seleção quanto a contratação de fornecedores e prestadores de serviços para produtos Marca Própria são baseadas em critérios técnicos objetivos e preestabelecidos, como idoneidade, capacidade técnica e de fornecimento, qualidade, prazos e preços praticados, não permitindo qualquer favorecimento ou discriminação. As relações com os fornecedores e parceiros são pautadas pela transparência, imparcialidade e livre de qualquer favorecimento indevido.
As cláusulas possuem diretrizes claras para que os fornecedores se comprometam em respeitar normas legais e fundamentais, tais como: salários, benefícios e condições do contrato de trabalho decentes, para dar aos trabalhadores uma remuneração que satisfaça as necessidades e que seja compatível com o mercado.
Ademais, com o intuito de mitigar os riscos de inconformidades nas cadeias de fornecimento, o Grupo Carrefour Brasil realiza monitoramento por meio de diversos processos e ferramentas. Periodicamente, é realizada uma análise de risco com uma ferramenta própria da Companhia, que combina duas variáveis a respeito de setores e regiões de risco da cadeia produtiva: CNAEs (Classificação Nacional de Atividades Econômicas) e Lista Suja da Secretaria do Trabalho, comparando a base de parceiros com os dados desse documento, a fim de garantir que não sejam estabelecidas negociações com fornecedores autuados por desrespeitarem os direitos dos trabalhadores.
Na admissão de novos parceiros comerciais é feita uma coleta e análise de informações de fontes públicas relacionadas à idoneidade desses fornecedores. Para mitigar o risco de transgressões às normas trabalhistas, ambientais e de direitos humanos, 100% dos fornecedores de marca própria passam por auditorias independentes no protocolo social ICS (Iniciativa de Compliance e Sustentabilidade) e todas as marcas e subcontratados, do setor têxtil, passam por auditoria via protocolo ABVTEX (Associação Brasileira do Varejo Têxtil).
Aqueles que são submetidos às auditorias e que desrespeitam os direitos humanos e as condições dignas de trabalho têm seus contratos de fornecimento suspensos até correção das inconformidades. Além disso, existe um Comitê interno de direitos humanos formado por colaboradores das áreas de auditoria social, comercial, sustentabilidade, gestão de risco e qualidade que discute as estratégias para garantir a responsabilidade social nas cadeias, busca acelerar as ações envolvendo as auditorias sociais e acompanhar os avanços.
O Código para Fornecedores apresenta cláusulas específicas de comprometimento rigoroso das normas da legislação trabalhista vigente. No texto, constam diretrizes claras para o respeito de normas legais e fundamentais: salários e benefícios justos, além de condições do contrato de trabalho decentes. Por sua vez, a Carta Social e Ética é o documento por meio do qual os parceiros de negócios do Grupo Carrefour Brasil assumem o compromisso expresso de desenvolver práticas comerciais transparentes, honestas, justas e leais.
Vale destacar, também, o lançamento do programa da Jornada da Autonomia Social. Seu objetivo é gerar valor social na cadeia produtiva por meio de melhoria das condições de saúde e segurança dos trabalhadores, bem-estar, e assegurar os direitos humanos e trabalhistas dos mesmos. Desta maneira, conseguimos controlar riscos relacionados a direitos humanos nas cadeias fornecedoras ao aplicar desde os primeiros elos da cadeia, boas práticas de responsabilidade social, gerando impacto positivo no campo. Este projeto teve início em 2021 no estado de Minas Gerais, em um projeto piloto focado em produtores hortaliças, uma das áreas de maior vulnerabilidade quanto ao tema
Diligências
Para todos os fornecedores, o Grupo Carrefour Brasil realiza, periodicamente, a coleta e análise de informações de fontes públicas relacionadas à idoneidade de pessoas físicas e jurídicas, incluindo os integrantes de seu quadro societário, com o objetivo de avaliar o grau de risco das relações comerciais. Para a execução destas análises, contamos com consultorias e com um time interno, que também realizam as análises e revisam todas as informações geradas nos relatórios enviados por elas. O período padrão de reciclagem para este processo é de dois anos. No entanto, é comum efetuarmos reanálises em períodos menores, caso haja alguma solicitação interna ou alguma notícia envolvendo o parceiro comercial.
Comitê interno de Direitos Humanos
Em 2020 foi criado um grupo de trabalho interno – formado por colaboradores das áreas de auditoria social, comercial, sustentabilidade, gestão de risco e qualidade – para dar mais celeridade ao tema de direitos humanos e discutir as estratégias para garantir a responsabilidade social nas cadeias. Desse grupo, estabeleceu-se células de trabalho em temas como jurídico/contratual, ferramental, comunicação e comercial para que todos contribuam em suas respectivas áreas para o progresso do tema de direitos humanos nas cadeias fornecedoras.
A partir das conversas desse grupo, já foram definidas melhorias em contratos e código de conduta com relação ao tema de direitos humanos, escolha de ferramentas para avaliação e educação de fornecedores e a identificação de cadeias prioritárias. As áreas de sustentabilidade e qualidades estão estudando a viabilidade de contratação de ferramenta que ajudará a mapear, diagnosticar e propor plano de ação para os elos mais frágeis do fornecimento de alimentos com foco inicial em FLV.
Pacto Global
O Grupo Carrefour Brasil é signatário do Pacto Global e sempre busca contribuir efetivamente para o cumprimento da Agenda 2030 e de seus Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS). É também membro fundador e curador do Instituto Pacto Nacional pela Erradicação do Trabalho Escravo (InPacto) – que atua na promoção do trabalho decente há 15 anos. Faz parte da Associação Brasileira do Varejo Têxtil (ABVTEX) – formada por redes varejistas para a implantação das melhores práticas de compliance entre seus fornecedores e subcontratados – a companhia atua para garantir alinhamento às principais demandas socioambientais globais e regionais.
Povos tradicionais
Levando em conta que o Brasil é um país com populações tradicionais de alta relevância para sua história e que muitas dessas comunidades são verdadeiras guardiãs do meio ambiente e dos biomas em que habitam, o Grupo Carrefour Brasil enxerga uma real oportunidade de valorização cultural, inclusão de minorias, preservação da biodiversidade e comercialização de alimentos naturais e regionais, diversificando a dieta do consumidor.
Por cultivarem alimentos in natura ou beneficiados, da agricultura ou extrativismo, os quilombolas, especificamente, podem se configurar em fornecedores do Grupo Carrefour Brasil, com uma variedade grande de produtos agroecológicos, ainda que em escala local. O apoio profissional e comercial junto aos quilombolas faz parte também de um reparo histórico, dado o desfavorecimento dessas comunidades e o preconceito de que muitas vezes são vítimas. Dessa forma, a companhia se compromete a buscar projetos que envolvam capacitação, melhoria produtiva e valorização humanitária desse público.
Para a companhia, apoiar a agricultura familiar é uma contribuição à sociedade, uma maneira de assegurar direitos humanos, incluir minorias, promover diversidade, eficiência nos sistemas produtivos e relações mais justas entre agentes econômicos.